Dezembro 2018

Açores 2018 – O regresso

por Cláudio Morais » 03 dez 2018, 22:03

Olá a todos!

As férias já lá vão e há muito para contar só que o tempo para escrever e editar videos tem sido pouco ou nenhum… Mas tinha prometido um relato dos Açores e o prometido, é para cumprir! Se no ano passado o sonho era apenas pura e simplesmente pescar lá, este ano os objectivos eram mais realistas e adequados à ilha em si. A altura não foi a mais propícia para os pelágicos mas foi o que se conseguiu arranjar e também é preciso ter um certo desafio, senão nem tem piada…

Desta vez não irei chatear com relatos diários (à semelhança do que fiz no ano passado) mas irei apenas deixar algumas aventuras que fui tendo. Para os mais preguiçosos e com menos imaginação, deixo-vos um video-resumo no fim do relato. Com duas semanas de férias pela frente, os dois primeiros dias foram reservados para o descanso merecido e acalmar a ansiedade, porque isto de trabalhar quase 1 ano seguido sem férias é duro…!

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Acabados de chegar!
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Chove e chove e chove….
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Praia da Vitória

Quando chegou a hora fiz-me à estrada e fui visitando spots já visitados no passado e também spots novos, indo à descoberta. As condições climatéricas estiveram sempre incertas – ora estava muito vento e aguaceiros, ora estava um sol bem agradável. Pois, que isto não tem nada a ver com o tempo de Verão… Aquele bafo quente, abafado e húmido que tanto me queixei foi “substituído” por um ar mais ameno mas sempre a ameaçar chuva. Mais a frente vão perceber (e poder ver)….

Voltando à pesca, foram várias as investidas e quase sempre fui feliz com pelo menos uma captura, por mais simples que fosse! Logo na primeira investida tive o prazer de me estrear no shore-jigging com uma garoupa jeitosinha e completei o dia com outra garoupa mas desta vez com vinil.

Pelo meio ainda me meti em despesas nos vinis graças a um peixe-porco que teimava em ratar-me tudo que fosse mole e parecesse um peixe! E por pouco não vinha cá para fora, não fosse o raio do peixe estar ferrado pela beicinha e cair ao levantar…! Desta vez, safaste-te…!

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Garoupa da Pedra & Shore Jigging
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Garoupa e Gradeiro!
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Vinil Despedaçado
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Segunda captura do dia
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Oh Yeah!
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Primeiras capturas açoreanas!
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Vinis completamente destruidos!

Nos dias seguintes continuei a explorar os cantinhos da ilha, com uma companhia especial (e dedicada à pesca!) para ver se dava mais sorte. Entre pesca com amostras e pesca com isco, íamos-nos safando com um peixito aqui e acolá. Para mim entrou no CV uma espécie nunca capturada antes – prombeta – e mais uns lagartos (ai que saudades eu não tinha…!) Já a pescadora novata, estreou-se e muito bem com uma bela prombeta e mais umas capturas de tamanho menor, fugindo-lhe um bom peixe que nem deixou ver a cor! Fica para a próxima ;)

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Gradeiro e Lagarto!
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Peixe-Lagarto
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Morde morde!
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Prombeta da estreante
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Prombeta do Gradeiro
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Mais uma captura!
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Olhó lagartinho fresquinhe!
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Ilhéu das Cabras

Numa outra pescaria, o plano era fazer o pôr do sol com amostras e pescar algumas horas noite dentro com isco. Mal chegamos ao spot e ao fim de uns 2 ou 3 lançamentos, ferro um peixe lá ao longe e a julgar pelos saltos… Anchova!! Controlo o peixe tentando não dar folga e manter bem tensa a linha ao mesmo tempo que o trago para a beira. Estar a pescar num sítio alto tem as suas vantagens, mas também tem a desvantagem de ser complicado cobrar o peixe. Ora estava o peixe já encostado à pedra, prestes a ser puxado para cima dela para depois lá irem com o puxeiro, quando…. Plof. Foi-se. Desferrou-se e fiquei a ver a zagaia a ir para o ar. Adeus anchova…. Ficou o sabor amargo da derrota.

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Eu bem fui lá reclamar mas….
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Ilhéu das Cabras #2

Sabia que era uma questão de tempo e persistência até conseguir o meu “troféu Anchova” e prova disso foi passados 2 dias do episódio da fugitiva, numa pesca feita a correr e em 2h, eu e o Ruben conseguimos tirar 1 anchova cada um – ambas praticamente aos pés! Não foi uma luta longa, nem nada que se pareça…. Mas o que importa é… Missão cumprida!! Mais um peixe para o currículo!

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Primeira Anchova!
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Missão cumprida!
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As duas capturas

Os dias que se seguiram foram mais tranquilos – o meu objectivo era uma anchova (por não ter conseguido no ano passado) e consegui. Ainda voltei no dia seguinte para ver se lá andavam mais à mesma hora, mas apenas consegui enganar mais uma garoupa.

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Garoupa com DUO Realis 120SP
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Gradeiro e Garoupa novamente
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38ºN – Ilha Terceira

Entre amostras e iscos nos dias seguintes, fizemos mais algumas pescas engraçadas. Os rocazes (ou rascassos, não faço ideia) deram o ar da sua graça e surgiram em grande número. Quase senti saudades dos lagartos!

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Vacas! What else….?
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Pescadora em formação

Eu disse que tinha saudades dos lagartos?…. Praticamente no último dia antes de dar por arrumada a pesca e empacotar tudo para mandar de volta, apanhei o meu maior peixe-lagarto de sempre.Aliás, aquilo nem podia ser um lagarto, era mais parecido com um dinossauro ou um dragão, só faltava cuspir fogo! O raio do bicho tinha uns 30cm, na boa! E ainda por cima tinha um daqueles parasitas que comem a língua… Digo tinha, porque voltou para a água sem o parasita.

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Gradeiro com Peixe-Lagarto XXL
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Waaazaaaaaa!
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Cymothoa exigua
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Pôr-do-Sol #1
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Pôr-do-Sol #2

Os últimos lances foram feitos a pescar com isco e apesar de não ser o meu tipo de pesca principal, é uma pesca que não dá troféus mas é super divertida para quem gosta de sentir a cana sempre a bater. Lançar, esperar 3 segundos e puxar. Peixe! Eram aos 2 e 3 de cada vez! E se a pesca em si é engraçada, as capturas são do mais diverso tanto em espécies como cores. Verdes, azuis, vermelhos, laranjas… Bodiões, carapaus, peixe-balão, rocazes, foi um pouco de tudo.

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Pequeno peixe-balão
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Cores brutais!

Estas, de forma resumida, foram as 2 semanas passadas na ilha Terceira! Espero que tenham gostado deste resumo, não dá para contar tudo nem ir muito aos detalhes sem me tornar aborrecido (e o texto já vai longo). E sim, não fiz grandes capturas nem uma pescaria de sonho mas também não ia com ilusões de capturas colossais de pelágicos. Sabia bem o que me esperava e tinha plena consciência que por ali é complicada a pesca. Queria bastante explorar a costa norte da ilha, mas o mar e vento não deixaram, acabando sempre por ter que pescar na zona sul… Fica para a próxima! Foram dias e dias de vento, chuva, sol caloroso, sozinho ou acompanhado (sim, porque não apanhei chuva sozinho) mas sempre de cana na mão. E é assim que me sinto bem.

E como prometido, deixo-vos aqui o video com algumas imagens das aventuras:

Cana: Xorus Minorque 3.30 10-90g
Carreto: Vega BZX 450
Fio: Multi 0,23mm
Baixo: DUEL HD Fluorcarbon 0,47mm
Amostras:
– Jig 40g “alongado”
– Delalande Swat Shad
– Fiiish Power Tail 55g
– Duo Realis 120SP