Fevereiro 2013

Nova ida

por João Mota » 21 Fev 2013, 17:26

Boa tarde companheiros do vicio! Já andava a ficar com uma comichão do catano, na ultima vez que pesquei cavalguei uns bons pares de kms em cima de pedra da boa, leia-se de um tamanho do caraças, com uma agua mesmo boa para as ter e nada delas…consegui cair pelo caminho e com o andamento em cima das antas e menhires ainda rasguei as calças…adivinha-se que cheguei ao carro um puto novo, pois o velho tinha morrido algures por entre uma pedreira com os bofes de fora! Foi mesmo um flop, que nem o Toni que agora anda a entreter a malta nas conferencias de imprensa, conseguia dar. Tenho andado a magicar uma maneira de chegar às grandes que muito possivelmente habitam as câmaras de descarga, apesar de imaginar que elas não devem de ligar muito a mosquinhas montadas em tamanhos 12 para cima, levava a esperança de que se enamorassem duns wolly buggers que tenho já em tamanho digno de refeição.

Pois ontem fiz-me ao caminho e adivinhava-se uma chuvinha, que se veio a verificar impedindo a experiência , assim como o meu sono mais prolongado, e a entrar à noite de serviço…foi uma bonita noite foi…parecia o Jardel a simular cabeceamentos (estou a ver que hoje ando virado para a bola)…bem, para não desmaiar durante a noite de serviço andei a ver aqueles vídeos que fazem um bem do caraças a nós pessoas impressionáveis, ultimamente tenho andado a seguir as aventuras da April Vokey, que além de ser muito boa no que faz, é também muito boa sem fazer nada…e aquilo motivou-me para ir novamente às trutas, como só uma mulher sabe motivar um homem! Saio de serviço, pego no carro que até já lá tinha o material…nem sei bem porquê… e siga para golo. Pelo caminho recapitula-se a história de ontem…chuviscos, um nevoeiro atroz pelo caminho…tudo para desmotivar qualquer um, mas não que levou uma injecção da April a noite toda…à pois não!

E a faltar 1km para o sitio cai uma chuvada que quase tive de parar o carro…epá aqui já desmotivei um pouquinho…mas…ainda faltava 1km, é tipo o nosso ultimo lançamento que são uns quinhentos e no ultimo mesmo é esticar ao máximo e recolher devagarinho para lá ficar muito tempo, pois naquele é que é! Chego ao sitio e nem queria acreditar, um sol despegado, e muitas gajas nuas deitadas na relva com baldes de trutas esfaimadas aos lados…pronto ok…não estava sol nenhum…e também não havia muitas gajas…talvez umas velhotas que iam iniciar uma levada…mas podia ser que houvesse trutas, e até tinha parado de chover…apenas estava cá um briol que se ouvia as pedras a rachar…!!!! Monto o material e faço-me ao caminho, (noto que desperto sempre alguma curiosidade no pessoal que encontro pelo caminho, tipo o que faz um bacano com uma cana fininha na mão num sitio onde só se faz levadas???…mas como me devem de achar louco nunca ninguém me pergunta nada ), as condições no local não eram as melhores, e por pouco quase não chegavam a ser as piores, um vento brutal que me impedia de levantar a cana para não fazer da linha uma flâmula, um frio de rachar que era exponenciado pelo vento.

Como não consegui fazer os lançamentos ia ter de aproveitar a entrada de agua na câmara para me levar a pluma para longe, em vez de lançar dava linha, o que até nem era mau pois assim até parecia um pró a dar à guita que é muito mais fácil que andar a fazer back casts com vento e redes à mistura. Bem chega de conversa e siga para o ataque. Aos primeiros arrastanços( leia-se lançamentos a dar à guita sem lançar) tive logo uns ataques bons, mas como não conseguia ter a linha tensa e como tinha retirado a barbela dos anzóis falhei sempre a cravagem, mudo o wolly bugger cor negra para a oliva e a história repete-se…que gaita pensava eu com outra palavra na ideia…ainda não iria ser desta que fincava uma graúda, aquela que me iria tirar a April das ideias, e mudo para uma ninfa orelha de lebre com cabeça dourada. Mais um ataque falhado e ao segundo fisgo uma, um, dois, três saltos fora de agua, era lutadora esta e tento controlar os saltos para não se descravar, lá a ponho a seco, mais uma bonita truta madeirense, ainda jovem mas vai ter tempo para crescer!

joao_mota_truta_1

Foto da praxe e meto novamente a pluma na agua, faço a deriva e quando começa a descair para fora sinto o ataque e cravo! Foi uma luta digna de registo, parecia um tarpoon liliputiano aos saltos, mais de meia dúzia sem receio de mentir. E claro que com esta canita a luta tem logo outro sabor. Ponho-a a seco também e reparo que é muito diferente da ultima, quase um verdadeiro steelhead mas 10 vezes mais pequeno…uma maravilha.

joao mota truta 2

A partir da ultima tornou-se mais difícil desencadear ataques e mudo para uma ninfa prince, e logo no primeiro “lançamento” cravo uma. Que deu a ideia de se ter descravado, mas reanimando-se aos pés para fugir novamente, outra bonita luta! E outra bonita truta!

joao mota truta 3

E com esta acabaram-se mesmo os ataques, o frio também apertava e já lá iam um bom par de horas…fica no entanto um belo registo, pena não ter conseguido encontrar “A” Truta que queria, mas no fim de contas o que importa? Foi mais uma manhã extremamente bem passada! Para não ser só trutas fica uma foto do outro lado da estrada, e um voto de grande admiração aos (esses sim) malucos que se aventuram nas levadas com um tempo destes!!!

madeira levadas

Ficha técnica
Cana Redington Tempt 7’6” #3
Carreto Redington Drift 2/3
Linha Rio Mainstream WF3F
Leader Rio Powerflex 7′ X5 (0,15)
Terminal Rio Powerflex X5 (0,15)
Ninfa orelha de lebre com cabeça dourada
Ninfa Prince

Um forte abraço rapaziada e quando quiserem vir cá vos espero!