Julho 2011

Febre Pelágica

por Luis Barrulas » 27 jul 2011, 20:18

Desde que voltei que sofro… De uma doença antiga que recidivou… A febre pelágica. Faz-me falta o azul daquele mar, o verde daqueles campos e o canto dos passaros ao anoitecer. De vez em quando acordo sobressaltado com o drag a gritar, a linha a gemer, os ooohhhh, os aarrrghh e os zzzzzzzzzz plinc! f@d@♫♪ que este era grande!!! Sinto falta do ombro com ombro no combate com as bestas e da cumplicidade de uma tripla ferragem! Por isso acordei e fui pescar. Cá, mas fui pescar.

Não estou com pachorra para robalos pastelões ou corvinas em pesqueiros nojentos, vou às cavalas. Havia por ai uns zuns zuns acerca de um cardume e assim lá fui eu tentar a sorte. Caninha de bass, 2500 com 15Lb e baixo acondizer, pode ser que me alivie o mal estar pensei eu… Quando cheguei o aspecto do pesqueiro era este, por isso fiquei logo de sobreaviso…

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Comecei com amostras de superfície, bem ao estilo tropical, mas em versão liliput e não é que havia mesmo vida naquela água? Os poppers eram perseguidos e atacados com fúria mas não levei nenhum suficientemente pequeno… Decidi mudar para a Ima Skimmer dado que é uma amostra que para além de permitir uma animação à superfície fora do vulgar, tem a particularidade de repousar na vertical,  o que dá oportunidade aos peixes mais desconfiados ou mais rápidos e desastrados de lhe acertar em cheio.  Os resultados não se fizeram esperar e até dava gosto ver a amostra a levantar voo!!

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Amostras liliput, voos liliput mas dezenas de lutas como deve de ser, dado que o material utilizado também era liliput!  É impressionante a facilidade com que um junkie em pesca de pelágicos se começa a rir sozinho quando uma cavala de meio kg lheverga a cana e leva linha!!!!

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A partir de certa altura os agulhas começaram a perseguir a amostra e apesar dos meus esforços para não ferrar nenhum, lá tiveram direito a foto…

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Decidi mudar de táctica e deixar afundar mais os casting jig´s para evitar os chatos e começou outra festa, a dos tarpões, dos pobres, mas tarpões!

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As savelhas andavam a monte apenas à espera da sua oportunidade e com tanto salto fora de água (um bocado provocado/permitido diga-se) lá voltou o sorriso ao junkie!!

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Algumas já eram bem grandes e uma delas roçaria mesmo o kg.  Apesar de se desferrarem muito, quando estão bem ferradas são difíceis de manusear sem que percam algumas escamas, mesmo assim foram todas à vida com razoável saúde  e decidi mudar de táctica animando mais rapidamente a meia água para evitar apanhar mais alguma. Com essa animação ferrei mais quatro peixes, duas micro bailas (10cm) e um robalote (20cm) que se desferraram quando me preparava para lhes tirar uma foto. O quarto e último peixe que capturei foi uma palmeta/cabra!!!

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Já tinha ouvido relatos de capturas, mas por cá nunca tinha capturado nenhuma. Mais uma vez o bicho tinha proporções liliputianas mas vendeu bem caros os seus 30 cm de fúria carangídea!

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Bateu-se bem na linha e contra as pedras, muito à semelhança dos seus primos grandes, que são os principais suspeitos do estado em que me encontro… Conclusão, esta pesca foi um bom antipirético, mas a febre está a começar a voltar e eu começo a sofrer…

Ficha técnica:

Cana: Tica SpinFocus 6´6″ 3-30gr
Carreto: Shimano Technium 2500
Linha: Power Pro 15Lb + Trabucco 0,30
Amostras: Halco Streaker, Ima Skimmer – American Shad, Jugulo Jig – Sardine

Luis Barrulas