O Dourado – Mahi Mahi

Dourado, Dorado, Lampuga, Dolphin, Mahi Mahi, são os principais nomes por que é conhecido este magnifico animal que faz parte do muito exclusivo clube dos mais apetecíveis troféus dos pescadores de Big Game. Peixe de crescimento muito rápido, por volta dos 10 meses já apresentam pesos na ordem dos 10 quilos, e podem crescer até cerca de 30 quilos sendo que a média se situa entre os 15 e os 20 quilos. São pelágicos extremamente vorazes, comendo quase tudo o que lhes aparece pela frente, preferindo caçar de emboscada mas não se negando a perseguições longas às suas presas preferidas.

Os machos são maiores e mais coloridos que as fêmeas, e são abundantes em mares temperados com temperaturas de água entre os 23º e os 30º. Encontram-se bastantes no Mediterrâneo onde é conhecido por Lampuga, na Costa Sul de Portugal – Algarve e também na Costa Oeste embora em menor número. É muito apreciado pela sua carne branca e muito saborosa. Pode-se pescar o Dourado de muitas formas visto ser um peixe pouco exigente e muito voraz na sua alimentação, entrando a quase tudo. Pesca-se ao corrico com isco morto, principalmente lulas, com isco vivo, taínhas, e ao corrico quer com hardbaits, quer com plumas, colheres, vinis etc., etc..

No entanto e para mim, a única forma verdadeiramente desportiva de pescar estes exemplares é ao corrico com hardbaits e/ou plumas ( podemos aparelhar o nosso spread com ambas), e com material entre as 20 e as 50 libras. O fantástico prazer no entanto está em pescar com 20/30 libras, porque é assim que a luta faz mais sentido e coloca á prova a capacidade do pescador, dando no entanto todas as possibilidades ao peixe de lutar pela sua liberdade.

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No entanto e como é raro que alguém faça uma saída de pesca exclusiva a esta espécie, muitas vezes são capturados com material de 50 e 80 libras, e isto para exemplares com pesos médios de 10 a 15 quilos não apresenta grandes dificuldades, embora mesmo assim os combates sejam duros e exigentes.

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1 de Setembro 2003, 18 milhas a SW de Vilamoura.
36º 54′ 45” N  |  08º 26′ 03”W

Macho, 11,7 Quilos, pescado com um Bomber de penas brancas.

O Dourado encontra-se na água azul e é para aí que nos devemos dirigir, não vale a pena procurá-lo em águas esverdeadas ou turvas, e seguir e procurar os indícios comuns á presença de qualquer predador. Frenesim de bandos de aves na água caçando comedia à superfície, cardumes de taínhas e peixes voadores (o seu alimento preferido) saltando da água em molhos, sinal que estão a ser atacados por baixo. No entanto, a forma mais eficaz de encontrar o Dourado é procurar objectos flutuantes à deriva, sejam eles quais forem, bóias, troncos, ramos, ervas, plásticos, bidons, pranchas de madeira, grandes pedaços de plástico. etc.

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A razão para este facto é que também por debaixo e na sombra destes objectos se abrigam pequenos peixes, larvas e outros pequenos organismos que atraem o alimente preferido dos Dourados. Em mares onde este peixe é muito abundante, se se permanece fundeado ou à deriva na água azul, até debaixo do casco da embarcação se juntam.

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Como nem sempre é fácil ou existem estes tipos de sinais, há que procurar a água azul e corricar a uma velocidade de cerca de 5 a 7 nós com hardbaits ou de 8 a 10 nós com plumas (a velocidade máxima é limitada pelo trabalhar da amostra na água), dando atenção quer á sonda quer ao aparecimento dos indícios referidos. Em qualquer lugar da imensidão do mar um Dourado poderá atacar as nossas amostras.

Este animal não é um solitário, o mais comum é deslocar-se em grupos de até 7 ou 8 exemplares de tamanhos semelhantes, sendo no entanto o mais comum parelhas de 2 animais. Portanto, quando se ferra um, é preciso ter em atenção que pelo menos outro por lá anda também. Das vezes que pesquei a esta espécie no Cabo de S.Lucas no México com Edward Hope, a técnica é quando um Dourado é ferrado, mantém-se o deslocamento da embarcação por mais alguma distância, na esperança de que outro ferre, e recupera-se o primeiro de forma lenta e gradual porque o companheiro mantém-se perto dele até ao fim. Outra forma a que já assisti em Cabo Negro com com Mike Stevens da Mike’s Marina Fishing Charters na República Dominicana, é ter sempre á mão uma cana de spinning pesado com uma colher azul e dourada de 100 gramas, e enquanto um pescador recolhe lentamente o Dourado ferrado, outro faz lances e recolhas rápidos para o local.

E quantas vezes é um sucesso e se ferra o segundo.

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 Macho –> 5.6 Kg  |  Fêmea –> 4.3 Kg
38º25’28” N  |  09º35’44”W

17,3 Milhas a W do Cabo Espichel, pescados com um Cedar Plug e com um Braid Runner.

Pelas nossas águas, principalmente no Algarve, já por muitas vezes o tentei mas só o consegui uma vez. Ferra-se um, tenta-se os lançamentos com um Bomber ou uma Rapala Magnum de 14 ou 18 centímetros enquanto se recolhe o exemplar ferrado, e espera-se a sorte.

Quanto ás cores das amostras, parece ser unânime a opinião em todos os locais do mundo onde já pesquei, que as melhores são o dourado (este peixe é canibal por excelência), o azul e o verde (cor do seu alimento preferido), o branco com cabeça vermelha………….. .

Rapalas ou similares, Bomber, Super Trap, Bonita, Braid Runner, Invader, Ranger e principalmente o Cedar Plug em cor natural são o tipo de hardbaits que mais utilizo para corrico em velocidade mais elevada.

O Cedar Plug tem a vantagem de ser”pau para toda a obra”, sendo muito eficaz com outros tipos de predadores.

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Da esquerda para a direita e de cima para baixo: Braid Runner, Bonitas da Yo Zuri, Rapala CD Magnum, Australian Runner, Hidro Magnum da Yo Zuri, Tormentor e Terminator da Abu Garcia.

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Variadíssimos tipos de amostras, Jets, Konaheads, Bullets, Plungers, Feathers, Tuna Clones, Tuna Tangos, Dolphin Catchers, Cedar Plugs, de fabricantes como a Willianson Lures, Mold Craft, Pakula Lures, Braid, C&H Lures, Lland Lures, só para citar alguns modelos e fabricantes. Tudo serve para o Dourado, uns mais efectivos que outros, mas como já foi dito, não se faz muito rogado na hora de comer.

Embora na minha opinião seja o peixe que menos técnica exige no Big Game, merece todo o nosso respeito e admiração por ser um lutador tremendo e valente na hora do cobro, proporcionando imagens que jamais se esquecem.

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Este foi o meu maior exemplar, capturado em Junho de 2004 no Cabo Negro – Republica Dominicana, aparelho de 30 libras da Penn e amostra Mold Craft verde e branca de 15 cm. Tinha 16,6 Kg.

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Luís Vicêncio