Vinis

Uma das grandes vantagens e particularidades destas amostras (softbaits) é a possibilidade de se conseguir prospectar zonas complicadas ou até inacessíveis às amostras plásticas (hardbaits). Com os vinis podemos cobrir desde a superfície até aos 8/10metros de profundidade, zonas de rocha, de laminárias, fundos mistos sem grandes perigos de perda. Outra grande vantagem é a possibilidade de serem trabalhadas e lançadas com e sem lastro. Outra é o seu baixo custo, aliada a uma variedade imensa. Outra ainda, é o seu enorme realismo e a imitação perfeita dos peixes-presa do robalo e do achigã. Existem algumas classes de vinis que convém conhecer:

Os Jerkbaits e Shads, são imitações de pequenos peixes

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Podem ser extremamente realistas ou não. São talvez as mais conhecidas e utilizadas. Podem ser lastradas com pequenos cabeçotes ou não. Devem ser recuperadas por tracção. Se optarmos por uma montagem tipo “Carolina” o movimento a imprimir deve ser o “Stop and Go”. Se optarmos por pequenos cabeçotes (jig heads), poderemos explorar diferentes capas de água. Muitas vezes quando os “spots” estão sujeitos a grande pressão de pesca e o robalo está desconfiado, ou então com mar calmo, ou em caneiros pode-se tentar uma captura com estas amostras.

Os Worms, são imitações de vermes marinhos

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Estas amostras em forma de verme, normalmente já estão lastradas com sal e podem ser trabalhadas em “Weightless” em WTD, ou em Texas ou mesmo em Carolina (sobretudo as versões flutuantes) prospectando os spots. Muitas vezes não é o mais importante a imitação realista do peixe presa, mas sim as vibrações que ela imite e que provocam o ataque do predador.

Os Tube jigs, são imitações de cefalópodes

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Ao imitarem pequeno cefalópodes, animais como os polvos e as lulas – autênticos pitéus para o robalo, devem ser utilizadas cores chamativas porque estes animais também mudam de cor para se confundirem com o meio ambiente (mimetismo). Como uma das suas principais características é possuírem cabeça e olhos grandes é conveniente colocarmos nestas amostras os olhos (e bem grandes, mesmo desproporcionados em relação ao corpo). Devem ser utilizados em zonas de forte corrente para maximizar o efeito e as vibrações das suas caudas. Também se pode utilizar a montagem carolina nestas amostras e trabalhá-las pelos fundos.

Os lagostins (crawfish ou crawdads),são imitações de pequenos crustáceos

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Temos aqui um Mestre no Pesca com Amostras na utilização destes pequenos crustáceos imitativos, onde é muito difícil distinguir uma amostra de um caranguejo ou de um crustáceo, tal é o grau de sofisticação da imitação.

Os Grubs, possuem uma cauda em forma de vírgula que emite grandes vibrações
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São talvez as mais conhecidas e a “virgula” na sua cauda provoca e imite grandes vibrações atraindo o robalo. As estrias ao longo do seu corpo provocam ondas de baixa frequência. Podem ser utilizados em “Texas” ou com pequenos cabeçotes.

De acordo com o estado do mar podemos utilizar estas amostras sem cabeçotes ou até 12/14gr de peso, em circunstâncias mais complicadas até às 20gr.

Na sua maioria, encontram-se impregnadas de atractivos (alguns de composição secreta) que lhes dão características de flutuabilidade e de natação, diminuindo o atrito durante a deslocação. Simultaneamente os odores provenientes destes aditivos, irão fazer com que os peixes mantenham mais tempo o artificial na boca, aumentando assim os tempos de ferragem.

Gary Yamamoto lançou ainda o conceito das amostras salgadas, adicionando pequenos cristais de sal fino ao vinil, no processo de produção. Como resultado o vinil fica impregnado de cristais. Este sabor é deveras estimulante para os achigãs e no caso particular do robalo, esta adição permite tornar mais pesada a amostra, podendo esta ser lançada sem ser lastrada (Weightless).

Este mundo de amostras possui particularidades que as outras amostras (as duras) não têm, tais como:
-os odores já impregnados,
-a imitação perfeita e realista das presas do robalo,
-a discrição,
-a possibilidade de novas formas de trabalhar as amostras – graças à sua forma, de que são exemplo os Shads e os Grubs,
-a introdução de pequenas incisões que imitem as mesmas vibrações que as suas presas naturais em movimento,
-podem emitir sons,
-o seu baixo preço
-a colocação de pequenos jig heads

-…etc, etc ,etc.

As oportunidades surgidas com o aparecimento destas amostras, inicialmente para o achigã, e mais tarde “adaptadas ao mar”, promoveram novas abordagens e técnicas na água salgada.

Os anzóis mais utilizados:

Anzóis “Texas” ou de Minhoca ou “Pescoço de cavalo”
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Estes anzóis de haste longa são colocados pelo exterior do “softbait” permitindo assim alguma mobilidade à amostra. Como têm os ângulos rectos junto ao olhal do anzol, ao serem traccionados exerce-se a força no eixo da ponta do anzol, o que proporciona boas e excelentes ferragens.

Anzóis “Wide Gap”
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Este tipo de anzóis têm uma haste mais curta, mas em contrapartida possuem uma grande abertura. São muito utilizados nos “shads”. Para saber o tamanho do anzol a utilizar com a amostra, costumo para amostras até 8cm de comprimento (mais ou menos 3 polegadas) tamanho 3/0 e mais de 10cm (4 polegadas)  4/0, e assim sucessivamente.

Os Chumbos
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Utilizam-se sobretudo chumbos em formato bala, furados no meio. Para além de servirem e ajudarem no lançamento protegem também a amostra, abrindo caminho pelos fundos e minimizando o perigo de engate.

Os pesos que se utilizam variam consoante a distância a que pretendemos lançar, a velocidade de imersão, o tamanho da amostra e a força do vento que se faz sentir no momento.

Como é necessário manter sempre o contacto com a amostra, se o fio à superfície fizer “barriga” em virtude da acção do vento é necessário aumentar o peso a utilizar, para termos a percepção da amostra de vinil pelos fundos e detectar os eventuais ataques a que está sujeita.

Os pesos entre as 4gr e as 18/20gr cobrem a maioria das situações de pesca. Algumas montagens, as mais conhecidas…

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Montagem Texas

Consiste em atar um anzol do “tipo Texas” directamente à madre, não sem antes fazê-la passar por um peso (chumbo, tungsténio) ”tipo bala”, que ficará a correr na linha. Assim o peso funciona como lastro e “cabeça” da amostra. Os pesos variam conforme a necessidade do momento, mas genericamente abaixo das 18gr, e consoante o tamanho, o peso da amostra e a profundidade do pesqueiro. Existem também outras “variações” como a introdução de pequenas missangas entre a amostra e o chumbo (shaking) para fazer mais ruído e vibrações que provocam e incitam o ataque do predador.

Jig Heads (Cabeçotes)

São talvez as mais conhecidas e utilizadas. A variedade de pesos e cores e sobretudo a rapidez e facilidade de utilização tornam-nas muito utilizadas em acção de pesca. Como existem variadas formas de cabeçotes imprimem cada uma a sua particularidade no trabalhar da amostra.

 Montagem Carolina

Normalmente coloca-se o chumbo tipo bala ou olivete a 20cm da amostra ou mais, consoante as características do pesqueiro. O chumbo ao percorrer os fundos e ao bater nas pedras provoca ruídos atraindo a atenção do robalo. Existe maior perigo de perda da montagem.

A Administração.