Se alguém soubesse, tinha acabado de descobrir o santo graal da pesca desportiva, contudo existe um conjunto de regras e equipamentos que de alguma forma podem contribuir para maximizar a eficácia nas nossas capturas:
O equipamento – No spinning, é uma das componentes fundamentais – um conjunto correcto e equilibrado de cana e carreto e bem adapatado ao pescador. Nós temos de fazer as nossas caminhadas em busca do nosso amigo Robalo, e andar de pedra em pedra, pode tornar-se perigoso se não estivermos devidamente equipados. Por isso uma cana até 3 metros no máximo e acção até 60 gr e um carreto até 4000 (tamanho Shimano) são mais que suficientes para a maioria das situações de pesca na nossa costa. O calçado é outro factor muito importante, devemos ter extremo cuidado com as pedras molhadas e cobertas de limo – são extremamente traiçoeiras e perigosas. Devemos utilizar calçado com sola em feltro com ou sem cravos, antiderrapante. E ter muito cuidado, lembrem-se a segurança sempre em primeiro lugar.
As melhores amostras – Se bem que entre as pedras bem afiadas, as lapas e os mexilhões sejam um risco constante para as nossas amostras, é entre os canais (às vezes pequenos e baixos) que se encontram os grandes Robalos a caçar. É aqui que a amostra mais aconselhadada para a situação se torna a mais efectiva, e nunca… “Ah vou usar esta amostra que é a mais barata, assim se a perder não interessa…” – Às tantas o que se perdeu foi um bom peixe troféu, só por não se ter usado a amostra mais adequada para aquela situação. Perder uns euritos também faz parte do processo de aprendizagem.
As cores – Águas mexidas/brancas – Aposte em amostras mais chamativas e sobretudo no rattlin e no wobling das amostras, cores fortes. Águas paradas – As cores mais naturais e amostras mais pequenas, dê muita importância à apresentação e ao lançamento. Nada de ruídos, projecção de sombras ou vestido de cores garridas, no lançamento tente sempre que a amostra caia o mais discretamente possível na água e sempre em ângulo recto em relação ao plano de água (para isso uma simples travadela do fio proporciona uma queda mais vertical e impede também os indesejáveis enliamentos).
Fateixas e anzóis – Sempre em óptimo estado, é preferível substitui-los logo que note alguma oxidação (a lima, ou coca-cola, ou…nada resolvem, apenas os enfraquecem). Fateixas e anzóis de excelente qualidade-sempre. Ás vezes para pouco fundo podemos substituir as fateixas por um anzol – engata menos e as capturas são as mesmas, mas sempre em excelente estado de conservação. Ninguém quer perder “aquele” robalo só porque os anzóis estavam oxidados e partiram ou vergaram.
Variedade na recuperação – Evite fazer uma recolhida linear, tente sempre imprimir variedade de movimentos no trabalhar da amostra, os Robalos fazem muito bem os seus cálculos de energia e não atacam uma amostra que se desloque com demasiada rapidez, mesmo que seja a amostra xpto e lhe passe mesmo em frente. Devemos dar “vida” ás nossas recuperações e intercalá-las com pausas de variado comprimento. Muitas vezes é nestas situações que o robalo ataca a nossa amostra.
As Linhas (o multifilamento e o fluorcarbono) – As braided lines dão cartas. Os multifilamentos são melhores que os nylons, pode-se pescar mais fino e com melhores resultados e lançamentos bem mais longos (mesmo com vento). Por norma utilize um baixo de fluorcarbono com cerca de um metro.
O Robalo merece todo o nosso respeito. É um ser que luta com nobreza, e que nos dá uma alegria incrível quando o conseguimos capturar. Se porventura verificamos que não tem as medidas minímas legais, devemos devolvê-lo imediatamente ao seu meio. Apesar das medidas mínimas serem de 36 cm para o robalo (uma verdadeira estupidez!), as fêmeas só se reproduzem com cerca de 42 cm de comprimento – é nossa obrigação conceder-lhes o direito de pelo menos uma vez na vida cumprirem o seu ciclo natural – a reprodução. No fundo todos nós lhes agradeceremos.
E para aqueles que agora começam a tentar compreender os hábitos deste belo animal que muda todos os dias, é preciso ter perseverança e sangue-frio. No início muitas amostras e peixes se perdem pela ansiedade demonstrada, mas como tudo na vida a experiência tratará de a resolver. Quando sentir que tem um bom exemplar ferrado, desfrute-o, e esqueça um pouco a obsessão de tirá-lo rapidamente. Enfim, muito mais se poderia dizer, mas é este o aliciante desta pesca, estamos sempre a aprender (todos), nada é imutável e ainda bem que assim é.
A Administração.